‘Nana nenê’: o potencial de cura e afeto das canções de ninar
Publicado em: 17.08.2018 Atualização: 22.08.2018
por Renata Penzani
“A canção de ninar cuida não apenas do adormecer das crianças, mas dos sentimentos dos cantadores”, diz a pesquisadora Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado
Se vasculhar bem suas memórias mais profundas, talvez se lembre que muitas de suas lembranças sonoras mais antigas são canções de ninar, entoadas por vozes familiares, talvez de uma avó, um pai, mas muito provavelmente de uma mãe. A voz materna e as canções de ninar estão aí para nos lembrar que certos sons são fundamentais para sustentar a arquitetura de nosso ser, chegando até a ter potencial curativo.
Nesta matéria, convidamos a psicóloga e especialista no assunto Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado para conversar sobre a importância do acalanto para o afeto, a construção da identidade e o crescimento saudável do bebê. E, mais do que isso, para os pais e cuidadores terem sempre em mente que uma música cantarolada para uma criança ainda na barriga não é nunca um gesto à toa, mas sim um ato de amor e de criação de laços seguros. Para ela, a canção de acalanto tem a potência tanto de afugentar medos e angústias das crianças, quanto de tranquilizar a relação dos adultos com o mundo, criando assim um ciclo positivo de autocuidado e afeto com o outro.
Autora do livro “Canção de ninar brasileira: aproximações“, Silvia acompanhou diversas famílias recém-nascidas durante os períodos de pré e pós-natal e primeira infância para compor sua pesquisa, publicada em 2017 pela Editora da USP. Na obra, ela analisa as canções de ninar do ponto de vista contextual brasileiro. Afinal, para além de seu efeito apaziguador, tais músicas revelam a trajetória histórica do povo brasileiro – em suas belezas, e também em suas tragédias, como a forte presença de marcas escravocratas em algumas letras, como veremos adiante.
O livro “Canção de Ninar Brasileira: Aproximações” é fruto da pesquisa de doutorado de Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado, sob orientação da professora Adélia Bezerra de Meneses, para o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH, USP. Na defesa, em 2012, a tese recebeu recomendação de publicação. Sob os cuidados editoriais da Editora da Universidade de São Paulo, este livro vem agora a público, acompanhado de um CD com 24 canções inéditas, recolhidas em pesquisa de campo e pesquisa fonográfica, mixadas e masterizadas por João Milliet.
Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado
O lançamento ocorreu no dia 22/03/18, na livraria João Alexandre Barbosa, no Complexo Brasiliana, Cidade Universitária. O evento foi aberto com uma roda de canção de ninar, com participação dos músicos Suzana Salles, Ivan Vilela, Lucilene Silva, João Milliet, Gabriel Milliet e Thar.
Confira a gravação das apresentações musicais durante o evento:
O livro
Com prefácio da filósofa e professora Olgária Chain Féres Matos, o livro apresenta uma visão interdisciplinar da canção de ninar brasileira, aproximando o leitor de diversas facetas deste objeto cultural: traços poéticos, musicais, psicológicos, sociológicos que foram se desvelando a partir do estudo literário das canções.
O livro foi estruturado em três partes, intituladas por figuras significativas da cultura tradicional da infância no Brasil: “O Boi”, “A Coruja”, “O Sapo”. O surgimento delas como núcleos reunidores de reflexões, na arquitetura do livro, resultou do próprio processo de pesquisa em que a escuta atenta, a análise e interpretação de canções de ninar da tradição oral brasileira e de acalantos compostos por artistas brasileiros foram abrindo caminhos para o conhecimento deste gênero poético-musical.
“O Boi”, que desencadeou principalmente temas sociológicos, baseou-se nas canções: “Boi da Cara Preta”, da tradição oral, e em “Acalanto”, de Dorival Caymmi. “A Coruja”, que proporcionou a identificação do ‘hum’, som nasal, como unidade estética do acalanto, baseou-se nas canções: “Murucututu” (tradição oral) e em “Tudo tudo tudo”, de Caetano Veloso. E, “O Sapo”, que suscitou temas psicológicos, da melancolia, da monotonia, do efeito hipnótico, da ação “termodinâmica” das canções, baseou-se em “Sapo Cururu” (tradição oral) e em duas composições autorais: “Acalanto para Helena”, de Chico Buarque e em “O filho que eu quero ter”, de Vinícius de Moraes. Além destas, há canções de compositores contemporâneos e outras colhidas em pesquisa de campo, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que dão corpo e ajudam a caracterizar este gênero poético-musical e mostrar sua importância como um dos primeiros objetos de arte a que o ser humano é exposto.
A autora
Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado é graduada em Psicologia e, além de psicoterapeuta, criou e desenvolveu, desde 1985, o atendimento psicológico às famílias de crianças recém-nascidas, como uma ação de psicoprofilaxia da infância. O desenvolvimento de uma Psicologia brasileira preventiva, comprometida com ações vinculadas mais ao “cuidar” do que ao “tratar”, sempre esteve em seu horizonte profissional, impulsionando ações e reflexões de “pueri-cultura”, ou seja, cultura da e para a infância inicial. Assim, o início do percurso que culminou nesta obra encontra-se em uma intenção ampla e anterior a ela.
O livro Canção de ninar brasileira: aproximações, de Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado, é resultado da tese de doutorado apresentada, em 2012, ao programa de pós-graduação do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Adélia Bezerra de Meneses. As faixas aqui publicadas, as mesmas que estão no CD que acompanha o livro (SP: EDUSP, 2017), foram recolhidas em pesquisa de campo, desde 2005, nos pequenos municípios e nas zonas rurais dos estados de São Paulo, do Paraná e de Minas Gerais e no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Há também faixas com a interpretação, na voz de cantores contemporâneos, de canções de ninar registradas em partituras de coletâneas anteriores. Algumas faixas foram recolhidas após a etapa de pesquisa acadêmica: faixas 6, 20 e 23 (Salvador, BA); faixa 10 (Porto Velho, RO); faixas 11 e 18 (São Paulo, SP) . A única canção autoral é a faixa 8, “Canção de ninar” de Thar (São Luiz do Paraitinga, SP); as demais são da tradição oral, de domínio público. No livro, são analisadas outras canções de compositores da música popular brasileira (Dorival Caymmi, Chico Buarque, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes e outros) que são indicadas na discografia e nos meios digitais constantes nas notas de rodapé.
Canções de Ninar
Recolhidas em pesquisa de campo e partituras
Faixa 1: “Venham todos”. Domínio Público. Cantoras: Liliana P. Magalhães Pinheiro, Hilda Pereira Magalhães, Firmina Magalhães. Trecho do depoimento das cantoras à pesquisadora. Lagoa do Peixe, Município de Morro da Garça (MG), 27 de janeiro de 2007.
BR3CD1700060
Faixa 2: “Canção de ninar n°4”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles.
In: CERQUEIRA, Esther Pedreira de. Folclore musicado da Bahia. Coleção Antônio Viana – volume I. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978. p.34. Partitura.
BR3CD1600001
Faixa 3: “Canção de ninar n°2”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles.
In: CERQUEIRA, Esther Pedreira de. Folclore musicado da Bahia. Coleção Antônio Viana – volume I. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978. p.32. Partitura.
BR3CD1600002
Faixa 4: “Acalanto” – recolhido por Mário de Andrade em São Paulo. Cantora: Suzana Salles.
In: ALVARENGA, Oneyda. Melodias registradas por meios não mecânicos. São Paulo: Discoteca Publica Municipal, 1946 (Arquivo Folclórico da Discoteca Pública Municipal, v. 1). Coleção Mário de Andrade. p.13. Partitura.
BR3CD1600003
Faixa 5: “Senhora lavava, José estendia”. Domínio Público. Cantora: Dona Santinha. Trecho do depoimento da cantora à pesquisadora. Praia Panema, Paraty (RJ), 06 de setembro de 2010.
BR3CD1600004
Faixa 6: “Xô, Pavão”. Domínio Público. Cantora: Lydia Hortélio. Canção de ninar recolhida por Lydia Hortélio, transmitida por Eliete Pereira Condado, (PE). Gravada em Salvador (BA), novembro de 2015.
BR3CD1600005
Faixa 7: “A kalumendo”. Domínio Público. Cantora: Irmã Ancilla. Canção de ninar da Zâmbia. Trecho do depoimento de Irmã Ancilla à pesquisadora. Mosteiro do Encontro, Mandirituba (PR), abril de 2008.
BR3CD1600006
Faixa 8: “Canção de ninar”. Thar. Cantor: Thar. Trecho do depoimento de Tarcísio Ferreira à pesquisadora. São Luiz do Paraitinga (SP), junho de 2010.
BR3CD1600007
Faixa 9: “Murucututu”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles. Versão de Belém (PA), entregue a Mário de Andrade, pelo professor José Domingos Brandão.
In: ALVARENGA, Oneyda. Melodias registradas por meios não mecânicos. São Paulo: Discoteca Publica Municipal, 1946 (Arquivo Folclórico da Discoteca Pública Municipal, v. 1). Coleção Mário de Andrade. p.13. Partitura.
BR3CD1600008
Faixa 10: “Murucututu”. Domínio Público. Cantora: Dona Dorinha. Versão de Dona Dorinha Franco, recolhida pela pesquisadora, em Porto Velho (RO), novembro de 2012.
BR3CD1600009
Faixa 11: “No meio da floresta”. Domínio Público. Cantora: Silvia P. Machado. Cantiga das atividades das bandeirantes e fadinhas, lembrada por Silvia De A. P. Machado. São Paulo (SP), maio de 2014.
BR3CD1600010
Faixa 12: “Dorme neném”. Domínio Público. Cantora: Ana Simoa. Trecho do depoimento de Dona Ana Simoa à pesquisadora. Morro da Garça (MG), janeiro de 2007.
BR3CD1600011
Faixa 13: “João Marutu”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles. Trecho do depoimento de Dona Zeneide à pesquisadora e à Elizabeth Bjorkström. Saco do Mamanguá (RJ), julho de 2005 e novembro de 2015.
BR3CD1600012
Faixa 14: “João Curutu”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles.
In: ALMEIDA, Renato. História da música brasileira. 2º edição. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Comp.- Editores,1942. p. 107. Partitura.
BR3CD1600013
Faixa 15: “Dorme, dorme”. Domínio Público. Cantora: Dona Chiara De Ambrosis P. Machado. Trecho do depoimento de Chiara De A. P. Machado à pesquisadora. Maylasky (SP), em 21 de abril de 2010.
BR3CD1600014
Faixa 16: “Sapo Jururu”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles.
In: MENEZES, Dinah de Barros; NUNES, Vera Braga. (Tradução e adaptação).
O mundo da criança. Volume 11: Música para criança. Rio de Janeiro: Editora Delta, 1949. p.29. Partitura.
BR3CD1600015
Faixa 17: “Nenê está nanando”. Domínio Público. Cantora: Dona Terezinha. Trecho do depoimento de Dona Terezinha à pesquisadora. Morro da Garça (MG), janeiro de 2007.
BR3CD1600016
Faixa 18: “Nana Neném”. Domínio Público. Cantora: Silvia P. Machado. Canção do repertório lembrado pela pesquisadora. São Paulo, maio de 2014.
BR3CD1600017
Faixa 19: “Dorme menininha”. Domínio Público. Cantora: Dona Ermita. Trecho do depoimento de Dona Ermita à pesquisadora. Morro da Garça (MG), 2007.
BR3CD1600018
Faixa 21: “Sapo Cururu”. Cantor: Gabriel Milliet. Variante recolhida por Mário de Andrade em Araraquara.
In: ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a música brasileira. 4ª edição. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2006.p.99. Partitura.
BR3CD1600020
Faixa 22: “Sapo Jururu”. Cantora: Suzana Salles. Variante publicada por Renato de Almeida.
In: ALMEIDA, Renato. História da música brasileira. 2ª edição. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Comp.-Editores, 1942. p.106. Partitura.
BR3CD1600021
Faixa 23: “O besouro”. Domínio Público. Cantora: Lydia Hortélio. Canção de ninar recolhida por Lydia Hortélio, transmitida por Celina Oliveira em Serrinha (BA). Gravada em Salvador (BA), novembro de 2015.
BR3CD1600022
Faixa 24: “Carrapatu”. Domínio Público. Cantora: Suzana Salles. Acalanto recolhido por Mário de Andrade em Recife (PE).
In: ANDRADE, Mário de. As melodias do boi e outras peças. Preparação, organização e notas: Oneyda Alvarenga. São Paulo: Livraria Duas Cidades; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1987. pp.205. Partitura.
BR3CD1600023
Ficha Técnica
CD do livro Canção de ninar brasileira: aproximações
Direção Musical: João Milliet e Gabriel Milliet Pesquisa: Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado Coleta e captação de áudio:
Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado
João Pinheiro Machado Milliet
Gabriel Pinheiro Machado Milliet
Faixa 13: Colaboração de Elizabeth Moraes Bjorkström e Dona Zeneide Mixagem, Masterização e Editoração Eletrônica: João Milliet Produção Executiva: Gabriel Milliet
*Faixas 2, 3, 4, 9, 11, 13, 14, 16, 18, 21, 22 e 24: gravadas no estúdio Cada Instante, São Paulo (SP), 2015. Cantoras e cantores:
Ana Simoa
Irmã Ancilla
Chiara De Ambrosis P. Machado
Dorinha Franco
Ermita Vaz do N. Santos
Gabriel Milliet
Dona Hilda Pereira Magalhães
Liliane P. Magalhães Pinheiro
Lydia Hortélio
Dona Maria Firmina Magalhães
Dona Santinha
Silvia De A. P. Machado
Suzana Salles
Terezinha de Jesus A. C. e Freitas
Thar
Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado é psicóloga clínica, formada em 1984, pela Faculdade de Psicologia da PUC-SP. Atua como psicoterapeuta de abordagem fenomenológica, atendendo adultos, acompanhando casais e orientando pais e mães.
Criou o atendimento psicológico às famílias recém-nascidas, motivada por uma questão inicial de seus estudos de graduação: qual pode ser a ação preventiva de um psicólogo? Atividade inicialmente integrada aos serviços de saúde oferecidos por equipes obstétricas (desde 1985), o atendimento psicológico pós-natal foi depois inserido em programas empresarias de qualidade de vida (desde 1994). Em 2009, fundou a Primeiro Movimento, coordenando uma equipe de psicólogas de diversas regiões do Brasil, preparadas para atuar neste período de nascimento do novo grupo familiar.
A partir da constatação de que os aspectos culturais de uma determinada sociedade atuam e configuram intensamente a maternidade, a paternidade, a fraternidade, o nascimento do grupo familiar e os cuidados com o recém-nascido, Silvia dedicou-se ao estudo de um dos primeiros objetos de cultura e de arte que envolve o nascimento: a canção de ninar. Este estudo resultou no seu doutoramento em Letras, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, em 2012. Outro fruto deste estudo foi a publicação do livro “Canção de ninar brasileira: aproximações” (EDUSP, 2017).
A concepção de que as ações preventivas em psicologia vinculam-se a aspectos educativos e culturais, ampliaram a prática do trabalho de Silvia, através da coordenação e curadoria de projetos culturais, oficinas e cirandas, voltados à primeira infância principalmente em São Paulo (Museu da Casa Brasileira, Sesc Pinheiros, Creche Central da Usp, Departamento de Educação Corporativa da Natura, Estação Maylasky) e em Minas Gerais (Praça da Matriz de Andrequicé, Casa de Cultura do Sertão de Morro da Garça, Praça Miguilim de Cordisburgo).
Desde 1991, coordenou e ministrou cursos de formação para psicólogos (Casa do Psicólogo e Cogeae – PUC-SP), foi professora convidada em cursos de graduação (Psicologia da PUC-SP). Desde 2013, vem ministrando cursos e palestras sobre as canções de ninar e sua importância na primeira infância (Instituto de Estudos Brasileiros IEB-USP; Casa Mário de Andrade -2019, Ocupação Lydia Hortélio no Itaú Cultural, 2019).
Desde 1993, tem publicado capítulos e artigos sobre a importância da atenção psicológica durante o período pós-natal para todos os membros da família; sobre a humanização do nascimento, sobre o fortalecimento de uma psicologia brasileira e sobre a ação preventiva em psicologia.
Priscila Torres – É educadora de dança e dançaterapeuta-DMT (BRA-CEFID/ARG-Brecha). É especialista em Sistema Laban/Bartenieff (Fac. Angel Vianna-RJ) e formada em reeducação do movimento (Método Ivaldo Bertazzo).
Realiza seu trabalho em diversos contextos: ministra aulas e encontros/workshops para grupos abertos de adultos e famílias e também no curso de formação de Dança Movimento Terapia no Brasil; faz atendimentos dançaterapêuticos individuais e grupais e desenvolve pesquisas relacionadas ao corpo/movimento em diálogo com outras artes como música, aikido e moda.
DANCEMPAIS é um projeto que convida a família de pais e mães recentes, com seus bebês e irmãozinhos, para estarem juntos: conversando, dançando, experimentando, chorando, aprendendo e se divertindo essencialmente através da linguagem do movimento.
É um território para dançar os entrelaçamentos, a rede de relações que sustenta e envolve a todos neste momento tão surpreendente do nascimento de um novo grupo familiar: pai, mãe, bebê, irmãos e o casal.
A beleza está na transformação dançada: quando alguém se transforma, naturalmente essa transformação implica no outro… num fluxo que segue espontaneamente, através de vivências, ritmos, gestos, posturas, formas, expressividades. Um campo fértil e potente para a criação que encanta quem o vivencia. Além disso, é um momento para cuidar do corpo como instrumento e morada que somos nós.
Enfim, DANCEMPAIS é um espaço/tempo criado para o acolhimento e enriquecimento de todos e de cada um, para toda a família descobrir novos jeitos de se mover, de se expressar e de estar tecendo novas composições na dança… na vida.
Rita Mendonça dedica-se a conduzir processos de aprendizagem com a Natureza por meio de cursos, vivências, atendimentos individuais e workshops para públicos interessados em educação, sustentabilidade, educação ambiental, bem estar, ética e desenvolvimento pessoal.
É escritora com diversos artigos e livros sobre Meio Ambiente e Natureza, além de sócia diretora do Instituto Romã, que coordena no Brasil a Sharing Nature Worldwide.
Ana Carol Thomé é Pedagoga, formada em Pedagogia Profunda, especialista em Psicomotricidade e Educação Lúdica.
Participa de diversas formações sobre primeira infância, brincar, e arte para crianças pequenas. Participou a formação inicial da Abordagem Pikleriana, na Associação Pikler Loczy França.
Coordena o Ser Criança é Natural, programa do Instituto Romã para a Primeira Infância. Organizadora da Ação Doe Sentimentos.
Fernanda é psicóloga, formada pela Universidade Federal da Bahia. Realizou mestrado em Psicanálise na Universidade de Paris 8, na França. Seu trabalho de pesquisa no mestrado envolveu a criação e a dança, através do olhar da psicanálise de Freud e Lacan. Como psicóloga, já trabalhou com grupos e atendimentos individuais no âmbito da psicologia social, em clínica, além de ter participado de projetos voltados para crianças em ONG local. Tem forte aproximação com as artes cênicas, com experiência em contação de histórias para crianças e atuação como atriz no Teatro Vila Velha em Salvador.
Curso oferecido para todos os interessados. Ele é decorrência da tese de doutorado “Canção de ninar brasileira: aproximações”, realizada para o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 2012.
Os estudos e as pesquisas (bibliográfica, discográfica e de campo) realizadas permitiram ampliar o conceito de canção de ninar: de um canto que acompanha uma ação de cuidado com a criança pequena a um dos primeiros objetos culturais a que o ser humano é exposto. Com isto redimensionou-se também o conceito de puericultura que passou a abranger as ações de cultivo da palavra e da poesia com a criança pequena. Além disso, a canção de ninar veicula elementos das diversas etnias que formaram a nação brasileira; o seu estudo permitiu conhecer também características e dinamismos desta nação.
O objetivo deste curso é apresentar estudos e reflexões sobre a canção de ninar brasileira, desvelando-a em sua riqueza interdisciplinar:
Como gênero poético-musical (origem; forma e conteúdo poético; aspectos sonoros e fônicos; elementos constitutivos característicos; efeitos hipnóticos; modo de transmissão e divulgação). Campo da Teoria Literária e da Música.
Como espaço de expressão poética de experiências, sentimentos e percepções de homem e mundo dos adultos. Campo da Psicologia.
Como patrimônio cultural da infância, objeto “puericultural” (canto para adormecer criança pequena, cantigas da tradição oral, canções criadas artisticamente). Campo da Cultura Popular Brasileira: Literatura Oral, Música Popular, Folclore.
Como objeto cultural, transgeracional, que perpetua elementos sonoros e significativos da língua falada no Brasil. Campo da Linguística.
Como veículo resguardado de elementos étnico-culturais dos povos atingidos por ações invasivas e como registro de aspectos sociais e históricos do Brasil. Campo da Antropologia e da História.
Informamos que o Curso Livre “A Canção de Ninar Brasileira” não ocorrerá no ano de 2018.
Agenda:
Grupo 1:
Grupo 2:
Horário:
Local:
Total: 12 horas (dois sábados)
Informações e inscrições:
Telefone: (11) 3865-6355
Email: contato@primeiromovimento.com
O Atendimento Psicológico Familiar Pós-Natal: Psicoprofilaxia
Curso para psicólogos interessados em atuar profilaticamente, cuidando de casais e famílias no período pós-natal.
Módulo I:
A partir de perguntas advindas da leitura de relatos e exposição de atendimentos, estudaremos artigos, pesquisas e textos teóricos. Buscaremos conhecer os dinamismos intra e inter psíquicos que se manifestam no nascimento de um novo grupo familiar, além das ações possíveis do psicólogo, seus alcances e limites: escuta, intervenção, silêncio, orientação, apoio, diagnóstico, encaminhamento.
Módulo II:
Etapa em que os alunos realizam atendimentos pós-natais supervisionados, elaboram relatórios e apresentam suas experiências. Resulta disso a publicação de relatos comentados.
Programação:
Informamos que durante o ano de 2018, não haverá o Curso de Especialização.
Módulo I: 1º semestre
Módulo II: 2º semestre
Agenda:
Grupo da manhã:
Grupo da tarde:
Início:
Total por módulo: 16 aulas
Informações e inscrições:
Telefone: (11) 3865-6355
Email: contato@primeiromovimento.com
Encontros semanais para leitura e reflexão sobre temas da psicologia da infância brasileira, extraídos de textos literários. Encerra-se o trabalho com a publicação de artigos inspirados no texto literário, elaborados dentro das abordagens teóricas de psicologia escolhidas por cada participante.
Programação:
Informamos que o Grupo de Estudos estará em recesso durante o ano de 2018.
1ºsemestre : Campo Geral – Miguilim, de João Guimarães Rosa
2ºsemestre : A partida do audaz navegante e A menina de lá, de João Guimarães Rosa
Agenda:
Início:
Total: 12 encontros
Informações e inscrições:
Telefone: (11) 3865-6355
Email: contato@primeiromovimento.com
Uma criança se prepara no ventre de sua mãe. Células se multiplicam, tecidos se diferenciam, orgãos se formam: a natureza agindo por si mesma.
A nova presença anunciada não se restringe ao filho que nasce. Ela inclui o nascimento de um pai e de uma mãe, um novo casal. Por vezes inclui o primeiro filho que aprende a receber este outro que está sendo gerado: nasce o irmão. Nascem enteados, meios irmãos, madrastas e padrastos. Nascem avôs e avós, tios e tias, primas e primos. Enfim trata-se da gestação de um novo grupo familiar. Para esta gestação não basta apenas a natureza agindo por si mesma, mas há a necessidade do exercício do diálogo, por isso também do exercício do silêncio e um aprendizado: quando crianças, somos cuidados; conforme crescemos vamos aprendendo a cuidar.
Primeiro cuidamos de nós mesmos, do nosso corpo (vestir, banhar, alimentar, etc.), depois de algumas tarefas (escolares e domésticas), depois cuidamos de nossas amizades e relações afetivas, dos estudos, da vida profissional…até que, como pais, assumimos o papel de “Cuidadores e educadores” do filho que chega; somos aqueles que zelam pessoal e intimamente pelo bem estar (físico, emocional, mental, social) daquela criança que nos foi confiada. A espera de um filho evoca um compromisso com a vida e com o bem viver.
Cuidar do corpo que se transforma: nutrir-se, exercitar – se, descansar, consultar – se com o obstetra. Cuidar dos sentimentos presentes: reconhecer seus temores, prazeres e desprazeres, compartilhá-los com o(a) parceiro(a), observar a experiência de amigos que já tiveram filhos, fazer perguntas aos próprios pais, descobrir formas de lidar com o ciúme dos filhos mais velhos, consultar – se com psicólogo, etc. Cuidar da relação conjugal: aproximar-se, buscar autenticidade, franqueza e amorosidade, compreender em profundidade os momentos de afastamento, buscar ajuda quando necessário. Cuidar do espaço físico: preparar o quarto, escolher roupas, berço, fraldas para o bebê. Cuidar do parto: escolher a maternidade, buscar as informações, cursos pré-natais. Estas e muitas outras formas de cuidar do momento da gravidez fortalecem, gradativamente, o pai e a mãe na construção de sua maternidade e paternidade.
Gestação é um tempo de espera, porém não passiva. Os pais vão preparando e se preparando para a chegada de seu filho: espera ativa. Além disso, vão se abrindo intimamente para acolher e receber aquele novo ser, tal como ele é. Trata-se, sobretudo, de uma espera receptiva.
O “ninho humano” feito do entrelaçamento afetivo entre membros da família e da dedicação cuidadosa de profissionais especializados (obstetras, doulas, neonatologistas, pediatras, psicólogos, enfermeiras, educadores infantis), garante o acolhimento e o suporte ao nascimento e desenvolvimento saudável da criança que chega.
Silvia Pinheiro Machado. Consultoria para Unibanco Aig Saúde: Guia da Rede Credenciada
Sabemos que contando, tomamos conta;
Narrando, vamos fazendo história;
E fazer história humaniza.
A Primeiro Movimento está afinada com os princípios da humanização do nascimento. Suas atividades são espaços de escuta profunda da experiência vivida, do que pede oportunidade e tempo para aparecer.
“A alma, o olho e a mão estão assim inscritos no mesmo campo. Interagindo, eles definem uma prática. Essa prática deixou de nos ser familiar. O papel da mão no trabalho produtivo tornou-se mais modesto, e o lugar que ela ocupava durante a narração está agora vazio. Pois a narração, em seu aspecto sensível, não é de modo algum produto exclusivo da voz. Na verdadeira narração, a mão intervém decisivamente, com seus gestos aprendidos na experiência do trabalho, que sustentam de cem maneiras o fluxo do que é dito. A antiga coordenação da alma, do olhar e da mão(…) é típica do artesão, e é ela que encontramos sempre, onde quer que a arte de narrar seja praticada. Podemos ir mais longe e perguntar se a relação entre o narrador e sua matéria – a vida humana – não seria ela própria uma relação artesanal. Não seria sua tarefa trabalhar a matéria prima da experiência – a sua e a dos outros – transformando-a num produto sólido, útil e único?” Trecho de O narrador, de Walter Benjamin
A Primeiro Movimento está afinada com o resgate da experiência de “fazer” e “cuidar” como uma maneira de vincular-se ao outro e ao mundo, com alegria: cuidar do bebê, fazer pipoca, construir brinquedo, escrever cartas, bordar enxoval, lavar a bicicleta, amamentar, embalar para o sono… e muitos outros fazeres e afazeres do convívio com as crianças pequenas que nos tornam mais íntimos delas.
O nome Primeiro Movimento nasceu de uma vertente social das nossas atividades e de uma intenção permanente de produzir e divulgar conhecimento a partir de nossa experiência prática.
No início dos anos 2000, havia um grupo de psicólogas que participavam de um projeto de atendimento a mães desfavorecidas social e economicamente. Estas mulheres recorriam à Maternidade Amparo Maternal para ter seus filhos. Este projeto de caráter humanizador visava encontrar espaços institucionais possíveis de aproximação e cuidado psicológico para elas e seus familiares.
Esta experiência foi levada a seminários e congressos e isto exigia um nome para a equipe. Queríamos acentuar a importância do trabalho coletivo, da integração da nossa equipe que cuida de si mesma, para se sentir bem para cuidar de sofrimentos humanos.
A Primeiro Movimento apresentou suas reflexões a respeito desta experiência:
no Primeiro Simpósio Nacional: A primeira infância na construção da cultura de paz, realizado pela Prefeitura do Município de São Paulo e Unicef. 2003;
no V Encontro nacional sobre o bebê: ética, educação e saúde, organizado pela Associação Médica (Belo Horizonte, MG). 2004;
na III Conferência Internacional de Humanização do Parto e do Nascimento organizado pelo Ministério da Saúde (Brasília, D.F.). 2010.
no I Encontro Internacional sobre o Bebê. Organizado pela ABEBÊ. (São Paulo, SP), 2010.
As perguntas iniciais, motivadoras das ações hoje realizadas pela Primeiro Movimento, surgiram no início da década de 1980: como podemos desenvolver ações preventivas em Psicologia? Quais podem ser elas? Como fortalecer o campo da Psicoprofilaxia?
Nossa experiência mostra que prevenir em Psicologia aproxima-se mais de cuidar com capricho e atenção da experiência que está sendo vivida do que evitar um mal futuro. A ação preventiva cuida do mundo interior (intrapsíquico) e, sobretudo, coloca atenção no ambiente, cuida do que está acontecendo entre as pessoas (mundo interpsíquico).
A Primeiro Movimento cuida com capricho e atenção dos ambientes psicológicos que envolvem a criança pequena, especialmente o grupo familiar.
Depoimento da fundadora da primeira clínica psicológica do Brasil, Madre Cristina Sodré Dória, para o Jornal do Conselho Federal de Psicologia, em julho de 1996:
“Em 1940, nós abrimos a primeira clínica psicológica do país [Sedes Sapientae], que, na minha opinião, deveria ser educacional com atuação profilática [...]
Mas ela foi evoluindo e acabou se transformando numa clínica terapêutica e, no fundo, muito menos educacional do que eu gostaria [...]
Este é o único caminho que as faculdades deveriam perseguir: montar um centro formador que fosse profilático.”
O início de nosso percurso foi marcado pela participação de médicos obstetras atentos à necessidade de cuidados psicológicos no período pós-natal. Foi a sensibilidade e abertura deles que permitiu que criássemos, implantássemos e desenvolvêssemos algo até então inexistente: o atendimento psicológico domiciliar pós-natal.
Pioneirismo, para nós, é maior do que ter sido o primeiro a realizar algo, é o cultivo constante de uma atitude disponível para com o novo e para aquilo que se apresenta como uma necessidade. A Primeiro Movimento é pioneira, por estar permanentemente atenta às novas solicitações de cuidado e de bem-estar, nascidas a cada instante.
Agradecimentos:
Pelo decisivo estímulo inicial, agradecemos à Dra. Rosa Clauzet (em memória) e ao Dr. Décio Noronha. Agradecemos também ao João Augusto Pompéia.
Pelo empenho viabilizador da concretização das nossas atividades, agradecemos ao Dr. Daniel Klotzel, à Dra. M. Cecília Breim, à Dra. Priscila Noronha, à Dra. Érica Rades e à Dra. Maricy Donato.
“Ao longo desses anos pude aprender, observar e olhar para o trabalho da nossa equipe, mas principalmente das famílias em que tive e tenho o privilégio de adentrar nas suas casas e nas suas vidas. [...]
Aprendi principalmente que a o olhar sobre o outro e sobre esse núcleo, começa a partir do olhar dessa família, que o meu saber e o meu trabalho para com eles, é sempre a partir deles. ” (Cristiane M. S. Sapiro – da equipe de São Paulo)
Kelly Santos, doula, palestrante e escritora, participa ativamente do movimento de humanização do parto e do nascimento. Acompanha gestantes e casais grávidos durante a gestação, parto, pos-parto imediato e puerpério.
Facilitadora das Rodas para Bem-Nascer em Goiânia, onde reside, ela auxilia mães e seus companheiros com o uso do sling (Método Canguru). Também trabalha com Pintura de Barrigas e Barriga de Gesso como maneiras de criação e fortalecimento do vínculo.
O vento levou-me ao vale. Os aldeões surpreenderam-se. De onde eu vinha? – interrogavam-se.
O vento levava-me à aldeia na primavera. Subiram a montanha, galgaram pedras, chegaram às nascentes. Nada. Apenas animais arredios, assustadiços. Não conseguiram se aproximar ou atraí-los. Os aldeões não desistiram. Com pacientes encontros à distância, finalmente, achegaram-se. Um primeiro. Depois o rebanho. Surpresa! Cobrindo seu corpo estavam aqueles flocos brancos levados pelo vento à aldeia. Beleza. Maravilha. Sou um produto da natureza do reino animal.
Ao meu primeiro valor os aldeões acrescentaram mais. Perceberam minha fibra. Usaram-me para se proteger. Tornei-me fio, tornei-me agasalho, tornei-me tecido e tapete, Outra criaturas emprestaram-me a cor. Fui tingida com flores, folhas, cascas, raízes, barro. Tornei-me colorida. Os clãs começaram a medir sua riqueza pelo número de cabeças de ovelhas, carneiros e carneirinhos. Eu mesma chego a ser cotada na Bolsa de Valores.
Fica-me a alegria dos menestréis de ontem e de agora: carneirinho, carneirão, olhai pro céu, olhai pro chão. Fica-me a alegria dos pais que cobrem seu filho nas frias madrugadas e fazem boneco para ele. Fica-me a alegria das culturas que me introduziram no kilim. Fica-me a alegria dos poetas, como Cecília Meireles que me poetisa:
Todos querem ser pastores, quando encontram, de manhã, os carneirinhos
enroladinhos, como carretéis de lã
Tatiana Clauzet é artista plástica e iniciou sua carreira artística em 1998. Em 2001 montou seu atelier em meio a Mata Atlântica, no município de Itatiaia no estado do Rio de Janeiro, local onde reside e cria suas obras.
A profunda ligação com a Natureza é a fundamental característica do trabalho dessa artista. Suas obras retratam elementos e desenhos da natureza que se entrelaçam de forma onírica e simbólica, convidando o observador a interagir e tecer sua própria história com o trabalho.
Nestes últimos anos Tatiana Clauzet tem extendido os suportes para seu trabalho, desenvolvendo projetos editoriais e ilustrações para livros.
Este site foi desenvolvido pela artista, mais um suporte de criação. Aqui, Tatiana Clauzet conceitualmente trouxe a analogia das sementes como sendo representações dos filhos; as metades do fruto que envolvem a semente como sendo os pais; o solo como meio que envolve e atua no crescer e brotar da semente como sendo o ambiente físico e psicológico que proporciona esse crescimento; e a árvore como sendo a criança que cresceu e que, como adulto, continuará o ciclo da vida.
A Primeiro Movimento cuida dos grupos familiares em que chegaram outras crianças: os filhos mais novos.
Nascer como filho maior em uma família é tão delicado como quando nos tornamos pai e mãe pela primeira vez. Ver o irmãozinho nenê, recém-nascido, é tornar-se grande. Aos olhos dos pais, avós e familiares também. Isto inaugura intensos movimentos familiares, novas emoções e dinâmicas.
Se nós, adultos, (re)conhecêssemos em profundidade o nascimento do irmão maior, que é concomitante ao nascimento do menor, entenderíamos melhor o sentido de fraternidade.
A Primeiro Movimento atua afinada nesse diapasão: sabemos que ao cuidar das famílias, quando nascem seu segundo, terceiro e, às vezes, quinto filho, estamos colaborando para a construção de um mundo mais fraterno e colaborativo. Um planeta Terra da Paz.
“Nós devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo” (Mahatma Gandhi)
Desenhos de irmãos maiores, nos atendimentos familiares:
Nas residências das famílias atendidas:
Cada atendimento é único, bastante particular, específico daquele novo grupo familiar que está nascendo. Enquanto profissionais estamos preparadas para uma escuta profunda: de uma pergunta pontual a uma questão existencial; de uma experiência diurna a um sonho; de um simples receio a uma angústia mais doída; da exposição de um problema cotidiano à busca de compreensão de si mesma/o e dos outros que convivem ao redor do bebê; de uma situação comum de emotividade a quadros depressivos ou psicóticos. Escutamos e cuidamos, enfim, do que nos for apresentado, do que aparecer no encontro com cada família.
- Atendimento domiciliar pré-natal:
Em situações de recomendação médica de repouso (relativo ou absoluto) da gestante realizamos atendimento psicológico pré-natal, orientações prévias quanto aos cuidados com o recém-nascido e atenções com as novas dinâmicas psicológicas da família, suporte emocional para pais e/ou padrastos, mães e/ou madrastas, casais, irmãos e/ou enteados. A possibilidade de atendimento domiciliar pré-natal, diante também de outras situações especiais, poderá ser analisada caso a caso.
- Atendimento domiciliar pós-natal:
Criamos o atendimento domiciliar pós-natal para suprir uma necessidade especial: o nascimento de um filho mobiliza intensamente todos os que estão envolvidos: pais, irmãos e enteados, avós. Por isso, não atendemos apenas a mãe no pós-parto, mas todos os participantes deste grupo familiar recém-nascido. Sugerimos que o Atendimento Domiciliar Pós-Natal seja agendado o mais perto possível da alta da maternidade.
Nos hospitais e maternidades:
Em situações de internação, prolongada ou breve, do bebê, da puérpera, da gestante, pode-se agendar a ida do psicólogo ao hospital/maternidade.
Agendamentos em São Paulo: (11) 3865-6355, nos demais estados do Brasil, consulte o guia de Consultórios no Brasil.
Orientação de pais, mães e casais durante a primeira infância.
Orientação para pais e mães em processo de crise ou separação conjugal.
Psicoterapia de apoio em situações de perda de filhos durante a gestação, período perinatal ou qualquer outro momento da vida materna e paterna.
Acompanhamento psicológico em situações de adoção.
Acompanhamento psicológico em situações de filhos com necessidades especiais.
Orientação quanto ao retorno do pai e/ou da mãe às suas atividades profissionais.
Supervisão clínica para psicólogos que atuam no período pré e pós natal, na primeira infância, nas dificuldades reprodutivas, em equipe de reprodução assistida, em planejamento familiar.
Suporte emocional para médicos intensivistas, neonatologistas, obstetras, geneticistas e demais profissionais da saúde.
Atividade com grupo de casais, em que se confecciona um primeiro brinquedo para o filho que irá nascer: o Boneco de Nós ou Boneco Estrela. Aproveitamos as manifestações espontâneas dos participantes e vamos “costurando” juntos os temas que surgem sobre gestação, parto, nascimento, pós-natal. Esta oficina ocorre na própria empresa, com duração de 04 horas.
Oficina do Boneco: Unilever, Natura. SP:
Curso
Curso para casais durante o período gestacional, ministrado na própria empresa, por psicólogo, obstetra, pediatra, com o objetivo de informar, preparar e acompanhar os casais no seu trajeto de tornarem-se pais e mães: da gestação ao primeiro ano de vida do bebê.
“O curso prepara…Ele faz parar antes, pôr atenção, concentrar.”
Palestra
Encontros temáticos, na própria empresa, conduzidos por psicólogas, com possibilidade de participação de outro profissional, de acordo com o tema condutor:
Escolhendo ser pai e mãe: o processo de adoção.
Escolhendo ser pai e mãe: decidindo engravidar.
Momentos difíceis: perdas durante a gestação.
Nascem os irmãos: o menor, o(s) maior(es), o(s) enteado(s).
Pais de família: pais e mães de gêmeos.
Pais de crianças com necessidades especiais.
Vida familiar e vida profissional: conciliação possível.
Grupos familiares: pai e padrasto, mãe e madrasta.
Além dos benefícios no campo da saúde psicológica familiar e da avaliação de satisfação de colaboradoras e colaboradores, funcionárias e funcionários, em participar dos quadros de uma empresa humanizada e atenta ao bem-estar de sua família, sublinhamos os seguintes indicadores de resultados:
fortalecimento das competências e autoconfiança maternas e paternas: diminuição do absentismo durante a gestação e retorno ao trabalho;
ampliação da capacidade de espera confiante do casal pelos sinais do trabalho de parto e capacitação do pai para acompanhar sua esposa durante o processo do parto: tendência de diminuição do risco de internações em unidades de cuidados intensivos neonatais;
fortalecimento do aleitamento materno e consequente prevenção de quadros virais nos bebês: diminuição de consultas pediátricas;
fortalecimento nos vínculos conjugais, dos sentimentos de confiança e autonomia do casal, e diminuição no cansaço físico e emocional do pai durante o período da licença maternidade de sua esposa: maior desempenho profissional paterno;
elaboração dos sentimentos de separação mãe / bebê, durante o pós-parto: maior estabilidade emocional para retornar ao trabalho, no final da licença maternidade, e, portanto, maior desempenho profissional materno.
Atendimento personalizado ao grupo familiar (pai, mãe, bebê, irmãos, enteados, avós), realizado no domicílio da/o colaboradora/o, no período pós-natal (recomenda-se principalmente no primeiro mês de vida do bebê e da nova família).
Focos de atenção:
orientar em relação aos cuidados com o bebê;
favorecer o aleitamento materno;
escutar e apoiar emocionalmente adultos e crianças do grupo familiar;
identificar focos de angústia; dar suporte informativo e emocional;
cuidar das relações interpessoais e das novas dinâmicas familiares presentes;
favorecer o estabelecimento de vínculos saudáveis de intimidade e confiança;
criar oportunidade de elaboração da experiência do parto; cuidar das impressões, resquícios ou marcas traumáticas (abortamentos, perdas, violências, acidentes);
diagnosticar depressão ou psicose puerperal e encaminhar para tratamento;
identificar focos de desestrutura socioeconômica grave e encaminhar para assistência;
identificar problemas de saúde e acompanhamento de puericultura, encaminhar para consultas médicas;
dar suporte à organização preliminar para a volta ao trabalho.
Observação:
Em casos de orientação médica de repouso absoluto realizamos atendimentos domiciliares também durante o período pré-natal. Em casos de internação da gestante, da puérpera ou do bebê, o atendimento poderá ser realizado no hospital ou maternidade.
Andrea Cristina Tavelin Biselli, mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco. Psicóloga no Hospital IMIP –Instituto Integral de Medicina prof. Fernando Figueira, atuando no Centro de Atenção a Mulher (CAM), no ambulatório e nas enfermarias que envolve doenças ginecológicas, gestação de alto risco e puerpério. É professora tutora na Faculdade Pernambucana de Saúde no curso de psicologia e na pós-graduação de Psicologia Hospitalar.
Psicóloga clínica e do desenvolvimento, psicanalista, especialista em saúde Mental infanto-juvenil e neuropsicóloga. Faz parte da equipe do Primeiro Movimento dando assistência psicológica domiciliar à famílias de recém-nascidos no período pós-natal há 20 anos.
Atende em consultório particular, criança, adolescente, adulto e dá orientação aos pais trabalhando o fortalecimento dos vínculos e das funções parentais. Atua como neuropsicóloga no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer fazendo avaliação neuropsicológica de crianças e adultos que vão ser submetidos à cirurgia de epilepsia, bem como faz avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes com outras questões em consultório particular. No hospital e no consultório particular trabalha preparando psicologicamente os pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos.
Faz parte da equipe do Primeiro Movimento dando assistência psicológica domiciliar à famílias de recém-nascidos no período pós-natal. Implantou o serviço de psicologia na Maternidade Clara Basbaum dando assistência às gestantes e puérperas fazendo também acompanhamento das parturientes durante o parto normal ou cirúrgico. Trabalhou por nove anos no IPPMG – Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, avaliando o desenvolvimento de crianças com atraso Neuropsicomotor e fazendo acompanhamento psicológico das famílias.
Sou psicóloga clínica pela Universidade de São Paulo, com foco no atendimento de mulheres na situação de ter um filho e suas intercorrências. Tenho especialização em psicologia hospitalar tendo atuado no hospital das Clínicas de São Paulo e no CAISM (Hospital da Mulher da UNICAMP), em Campinas.
Fiz mestrado em saúde pública internacional pela Universidade de Washington em Seattle, EUA onde avaliei um programa de treinamento de doulas e a aceitação dessas profissionais pela equipe de saúde. Meu interesse primordial é a preservação e o cuidado com as primeiras relações mãe-bebê e seus desdobramentos. Implantei grupo de pais de bebês internados na UTI neonatal da UNICAMP, grupo de gestantes e atendimentos de famílias em situações críticas ao longo da gravidez, parto e puerpério.
Montei o programa de humanismo em medicina na faculdade de medicina osteopática VCOM na Virginia, EUA ressaltando os aspectos emocionais da relação médico-paciente. Meu doutorado, em andamento, é em educação médica e envolve o treinamento de residentes da obstetrícia e da pediatria para comunicar notícias difíceis para pais de bebês. Tenho artigos publicados sobre a experiência de atendimento psicológico hospitalar e humanização do atendimento materno-infantil. Participo da equipe do Primeiro Movimento no atendimento domiciliar pós natal para famílias de recém-nascidos.
Psicóloga, formada em 2005 pela Universidade da Amazônia (UNAMA), com Especialização em Desenvolvimento Infantil (pela Universidade do Estado do Pará – UEPA) e em Psicologia da Saúde e Hospitalar (pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Psicologia e Saúde e Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ).
Desde o ano de 2011 atua como Psicóloga da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (Servidora Pública), hospital que tem como focos: a assistência, o ensino e a pesquisa na Atenção à Saúde da Criança, da Mulher e do Adulto. Este hospital, que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é referência na atenção à gestante e puérpera de alto risco, assim como ao recém- nascido. Neste sentido, realiza diariamente atendimento psicológico hospitalar a pacientes e familiares internados nos setores de Ginecologia e Obstetrícia (urgência / emergência, pré, peri, pós parto e puerpério), acolhendo, acompanhando e intervindo nas manifestações psicológicas que emergem durante a vivência do processo de adoecimento e hospitalização, além de auxiliar no favorecimento de formas de enfrentamento a estes processos.
É Preceptora da Residência Multiprofissional da Universidade do Estado do Pará – UEPA, realizando orientações de campo a Residentes de Psicologia, na área de Atenção à Saúde da Mulher (Pré Natal de Alto Risco; Urgência/emergência ginecológica e obstétrica; Pré, Peri e Pós Parto; Puerpério), além de realizar orientação às referidas Residentes quanto à elaboração de trabalhos científicos. Realiza ainda atendimentos psicológicos em situações de intercorrências nas clínicas de Neonatologia, Pediatria, UTI Adulto e Infantil, Clínica Médica e Cirúrgica do Hospital.
Na Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará (SESPA), Coordenação Estadual de Saúde da Criança, desenvolveu programas e ações especialmente relacionados à Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e prevenção e atenção integral a crianças e adolescentes em situações de violência.
Na Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (SUSIPE) realizou atendimento psicológico individual a Servidores Públicos, bem como aos familiares dos mesmos, desenvolvendo programas de prevenção, promoção à saúde, reabilitação, qualidade de vida e acompanhamento na gestação e puerpério, em âmbito clínico, hospitalar e domiciliar.
Psicóloga Clínica atuou tanto em consultório particular como na CLIPSI (Clínica de Psicologia da Universidade da Amazônia – UNAMA), realizando atendimento psicológico individual, em caráter de psicoterapia, a crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Realizou trabalhos voluntários na elaboração e gravação de Radionovelas Educativas em defesa dos direitos da criança e do adolescente; enquanto palhaça de hospital; e na área preventiva de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis na população jovem de um município do Estado do Pará.
Psicóloga Organizacional e Clínica, (Faculdade de Psicologia UNIP). Formação básica pela UNIPAZ em Progamação Neurolinguística. Formação básica em Core Energétics pela UFG e Especialização em Gestão de Pessoas com ênfase em Coaching aplicado pelo IESPE.
Trabalha em consultório com adultos, adolescentes, crianças abordagem corporal. Atendimentos individuais e também, quando necessário, orientação de pais.
Realizo atendimentos em Massoterapia Ayurvédica, trabalhando aspectos psicoemocionais Sou instrutora de Yoga para crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos, promovendo bem-estar a cada nicho de forma peculiar e de acordo com a demanda central traga por cada faixa etária e aplico sessões pontuais com coaching. Acompanhante Terapêutica no atendimento psicológico em pós parto, desenvolvendo um olhar para as necessidades peculiares vividas na experiencia de maternidade e paternidade.
Integrante a equipe do Primeiro Movimento em projeto Coordenado por Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado no Projeto Natura. Neste Primeiro Movimento realizo atendimento as puérperas, buscando humanizar o atendimento e serviços prestados as funcionárias da Natura.
Psicóloga Clínica, (Faculdade de Psicologia da PUC-SP) e psicanalista Sedes Sapientiae-SP. Trabalha em consultório com adultos, adolescentes, crianças e casais com uma abordagem psicanalítica em atendimentos individuais e também, quando necessário, orientação de pais e famílias.
Como acompanhante terapêutica atende em domicílio pacientes em crise psíquica grave, que necessitam de um cuidado mais próximo, auxiliando-os na construção dos seus projetos de vida.
Também como Acompanhante Terapêutica realiza atendimento psicológico no pós parto, com um olhar voltado para a valorização das experiências singulares vividas na experiência da maternidade e paternidade. Integrei a equipe do Primeiro Movimento em projeto coordenado por Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado na Maternidade Amparo Maternal por dois anos. Neste projeto realizávamos atendimentos às puérperas e com a humanização do atendimento e serviços prestados por essa instituição.
Trabalhou no Hospital Dia “A Casa”, fazendo parte da equipe de AT’s . Nessa mesma instituição fez parte do corpo de professores do curso de formação de AT’s, e da organização e participação de encontros e do segundo livro publicado por esta instituição.
Sou formada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1998. Sempre trabalhei com atendimento infantil e familiar. Atuei em equipe interdisciplinar em favelas e centros infantis, além da atividade clínica em consultório. Fiz especialização em Acompanhamento Terapêutico, cursos de aprimoramento em Psicologia Clínica e grupo de estudos de Psicanálise.
Meu trabalho com os bebês teve início a partir de um curso sobre maternidade e desenvolvimento, e esta passou a ser a maior área do meu interesse profissional. Trabalhar com bebês me parecia utópico, e ao mesmo tempo fascinante. Poder fazer um trabalho, ao mesmo tempo, delicado, importante e com resultados a curto e longo prazo, me faz acreditar que movendo um pequeno núcleo, o familiar, podemos mover o grande mundo em que vivemos.
Possui graduação em Psicologia (PUCRS/1983), licenciatura em Psicologia (UFRGS/1999), aperfeiçoamento em Diagnóstico Psicológico (PUCRS/1994), especialização em Atendimento Clínico, com ênfase em Terapia Sistêmica de Casal e Família (UFRGS/2004) e, atualmente, é mestranda em Biociências e Reabilitação (Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista-IPA), autora da pesquisa “A Participação do Pai no Parto Humanizado”. Possui experiência em atendimento psicológico individual, de casais, de famílias, gestantes e puérperas (na humanização do parto e do nascimento).
A Primeiro Movimento está afinada com o resgate da experiência de “fazer” e “cuidar” como uma maneira de vincular-se, com prazer, ao outro e ao mundo: cuidar do bebê, fazer pipoca, construir brinquedo, escrever cartas, bordar enxoval, lavar a bicicleta… e muitos outros fazeres e afazeres do convívio com as crianças pequenas.
[foto do trabalho na Estação e da gestante da Natura costurando]
Legenda: Oficina do brinquedo. Estação Maylasky
Curso de Gestantes. Natura
“A alma, o olho e a mão estão assim inscritos no mesmo campo. Interagindo, eles definem uma prática. Essa prática deixou de nos ser familiar. O papel da mão no trabalho produtivo tornou-se mais modesto, e o lugar que ela ocupava durante a narração está agora vazio. Pois a narração, em seu aspecto sensível, não é de modo algum produto exclusivo da voz. Na verdadeira narração, a mão intervém decisivamente, com seus gestos aprendidos na experiência do trabalho, que sustentam de cem maneiras o fluxo do que é dito. A antiga coordenação da alma, do olhar e da mão(…) é típica do artesão, e é ela que encontramos sempre, onde quer que a arte de narrar seja praticada. Podemos ir mais longe e perguntar se a relação entre o narrador e sua matéria – a vida humana – não seria ela própria uma relação artesanal. Não seria sua tarefa trabalhar a matéria prima da experiência – a sua e a dos outros – transformando-a num produto sólido, útil e único?” (Walter Benjamin. O narrador – Consideracões sobre a obra de Nikolai Leskov)
A primeira infância é uma etapa fundamental da vida humana. Equivale a penetração das raízes das árvores na terra; ou equivale às fundações dos edifícios, na construção civil. Etapa subterrânea, de difícil visibilidade posterior, mas que dá sustentação e equilíbrio afetivo, cognitivo e psicossocial.
A equipe de psicólogas da Primeiro Movimento está atenta a esta construção inicial íntima, obscura e fundamental de um novo ser humano e também à movimentação de todas as outras pessoas em torno dele, com suas próprias raízes, que sentem seu espaço sendo aberto e transformado. Apoiamos pais, mães, irmãos, avós, enteados, padrastos, madrastas e demais familiares nestes primeiros movimentos de abrir espaço e acolher a criança recém-nascida.
Situada em ambiente natural, nossa sede afina-se com nossos fundamentos educativos e ecológicos. A gestação nos reaproxima da natureza do corpo. O filho pequeno também. Estar presente, criar intimidade, conhecer de perto o ambiente natural é o caminho para nos afeiçoarmos à Natureza e querê-la viva. Conhecer de perto é fazer afeto.
Na década de 1990, empresas interessadas em ampliar seus programas de qualidade de vida integraram nossos serviços (cursos e atendimentos pré e pós-natais) aos benefícios oferecidos a seus colaboradores e familiares.
Nossas parcerias com as equipes de recursos humanos oportunizaram, até o momento, a atenção e o cuidado para cerca de 6000 famílias “recém-nascidas”. O crescimento não foi apenas numérico, mas geográfico e social. Atendemos hoje em todo o Brasil, colaboradores de diversas áreas e setores: produção, administração, jurídico, comercial, executivo.
De 1994 a 2016: Citibank SP e RJ – Cursos para pais nos períodos pré e pós natais e Atendimento Domiciliar Pós-natal: Programa Primeiros Passos.
De 1994 a 2004: Credicard SP e RJ – Curso para pais nos períodos pré e pós natais e Atendimento Domiciliar Pós-natal: Programa Educação e Prevenção na Gestação, Pós-Natal e Primeiro Ano de Vida da Criança e da Família.
De 1995 a 2016: Natura SP e demais estados brasileiros (BR) – Curso para Gestantes, Oficina do Boneco e Atendimento Domiciliar Pós-natal: Programa Bem Crescer.
De 1998 a 2010: Avon SP – Curso para Gestantes.
De 2000 a 2008: Unilever SP – Curso para Pais e Mães Gestantes e Oficina do Boneco.
Agradecimentos:
Agradecemos à Cristina Pastorello (em memória), à Sandra Gonçalves, à Danielle Wolff, ao Dr. Alberto Coutinho, à Tatiana Marques e à Luciana Fortunato, pelos apoios fortalecedores de nossas atividades iniciais nas empresas.
Agradecemos também às atuais equipes de Recursos Humanos das empresas parceiras, por todo apoio viabilizador de nossas atividades.
Assim como as instituições de educação infantil capacitam-se para cuidar de crianças pequenas, o grupo familiar também necessita de suportes para ampliar sua capacidade de acolhimento, acompanhamento e educação de suas crianças.
Essa constatação alavancou, desde 1985, várias ações de saúde, educação e cultura voltadas para o fortalecimento do solo familiar, base sobre a qual as crianças nascem, crescem, engatinham, andam, correm, saltam, caem, levantam, enfim: “se esparramam pelo chão”.
A Primeiro Movimento concentra hoje essas ações que incidem sobre o ambiente familiar, apoiando a descoberta e a experiência inicial de tornar-se pai, mãe, irmão, irmã, avô ou avó. São ações que ocorrem principalmente nos períodos pré e pós natal, e infância inicial, períodos que solicitam, em meio a intensas experiências afetivas, emocionais e corporais, um novo aprendizado. Tempo dos primeiros movimentos de um grupo familiar em formação.
“O verso do poema infantil “Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão”, como toda produção da Literatura Oral, é uma variação do também divulgado “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão”. Quaisquer das formas expressam uma infância arraigada e livre. A Primeiro Movimento deseja que as crianças do Brasil e do mundo cresçam com a liberdade das ramas e com a força profunda das raízes.
Oficina para berçaristas, enfermeiras neonatais, educadoras de crianças de colo.
O colo: corpo único. Des-colamos: as separações bem vividas.
A escuta do corpo de quem não fala. A voz é corpo. A palavra sentida e o sentido da palavra. Os corpos falam, choram, gritam, sussurram, murmuram, cantam…
Espaço de reflexão: a preparação do próprio corpo e a fluência da linguagem corporal para o contato físico com a criança pequena. A afinação do que é dito com o que é sentido e vivido na experiência direta com a criança pequena.
Encerramento: Coreografia dos adultos que dão colo.
Treinamento das berçaristas da Cruzada Pró-Infância, São Paulo.
Oficina para educadores infantis e colaboradores (porteiros, faxineiros, lactaristas, cozinheiras) de berçários, creches e pré-escolas.
Espaço de reflexão: o conhecimento e registro da história de determinado espaço de educação infantil, história própria do lugar, contextualiza o adulto-educador e redimensiona, para as crianças o sentido de estar ali. Conhecer o lugar é compartilhar e fazer história, criar a própria referência espacial: exemplar único. Nesta oficina será confeccionado um livro infantil, a ser utilizado pelos educadores junto com as crianças, sobre a história deste berçário, desta creche, desta escola.
Encerramento: lançamento do Exemplar Único confeccionado pelo grupo de colaboradores dos espaços de educação infantil.
7cas~5f6
13ca~be6
15ca~7c6
16ca~61a
17ca~0c9
18ca~6ec
f1000037
otim~5dd
“Do casulo à borboleta: Creche Casulo Tia Noca”. Morro da Garça. Minas Gerais
Oficina para pais, mães, irmãos e familiares de crianças pequenas.
Cuidar criativa e conjuntamente de quem recém-nasceu: a nova criança, o novo pai, a nova mãe, o novo irmão maior, o novo grupo familiar.
Espaço de reflexão: a confecção familiar de um brinquedo para o pequenino da casa, favorece o estabelecimento de “diálogos brincantes” com ele; cuida-se das dinâmicas de acolhimento e interação com o filho, com irmão e com neto que chegou.
Encerramento: exposição dos brinquedos confeccionados.
1a-web
2a-web
3a-web
4a-web
5a-web
6a-web
7a-web
8a-web
9a-web
10a-web
11a-web
12a-web
Encontros com mães adolescentes, seus bebês, avós e tios crianças. Estação Maylasky. São Roque.
Oficina para educadores (pais, educadores infantis, berçaristas, psicólogos, enfermeiros, pediatras) de crianças pequenas.
A palavra sentida e afinada com o real: o canto, a fala, a escuta, a poesia, o desenho, a estória, o rabisco, o silêncio, a história…
Espaço de reflexão: a comunicação oral, corporal e musical entre adultos- Ciranda, e crianças pequenas- Cirandinha. Preparação e desenvolvimento de gestos educativos.
Encerramento: Ciranda, animada por músicos, com pais, educadores e filhos.
(9)-web
(20)-web
Picture 426-web
Picture 428-web
Picture 431-web
(3)-web
Cirandas nas praças públicas com educadores, pais, avós e crianças. Semanas de Arte e Cultura. Cordisburgo, Morro da Garça, Andrequicé; MG. Ciranda no Museu da Casa Brasileira. São Paulo.
Oficina para casais que estão esperando filhos, gestantes, casais aguardando a adoção.
Conversar, escutar, conhecer outras experiências enquanto confecciona-se, faz-se com as mãos, a quatro mãos, um dos primeiros brinquedos para o bebê que está para chegar: o Boneco Estrela (parece uma estrelinha) ou Boneco de Nós (arrematado nos pés e mãos por nós dados no tecido e, sublinhamos, feito por nós mesmos, aqueles que estão envolvidos intimamente com a chegada de um filho).
Encerramento: Foto do grupo de pais com os bonecos confeccionados.
Confecção do Boneco em cursos de gestantes. Natura, São Paulo.
Confecção do Boneco em cursos de gestantes. Natura, São Paulo.
Confecção do Boneco em cursos de gestantes. Natura, São Paulo.
Confecção do Boneco em cursos de gestantes. Natura, São Paulo.
Confecção do Boneco em cursos de gestantes. Natura, São Paulo.
Oficina para pais e educadores de crianças pequenas.
Jardim da Infância: lugar de cuidado e cultivo da linguagem oral, gráfica, musical, corporal.
Reflexões sobre a cultura que envolve a criança pequena: a leitura e análise dos cartões postais que João Guimarães Rosa enviou para suas netas ainda não alfabetizadas, são a base da compreensão da importância afetiva e cognitiva de bilhetes, cartas e cartões dirigidos à criança pequena.
Encerramento: Exposição de cartões confeccionados e narração de trechos da obra de João Guimarães Rosa.